Sem parar, escutar ou olhar
- Vitor Araujo
- 13 de nov. de 2020
- 1 min de leitura
Porque vendamos os olhos e tapamos os ouvidos aos horrores das pequenas guerras a que os homens ainda brincam, não podemos simplesmente acreditar, que vivemos a bonança de uma paz duradoura. De igual forma, a fome, a violência e a violação dos mais básicos direitos humanos, continuam a existir, muitas vezes longe, outras, ali mesmo junto à nossa porta, dissimuladas por uma normal e aparente civilização, que julgamos como plenamente adquirida. A vaidade humana, a inação e o individualismo crescente, entorpecem as consciências. Mas, para consolo das mesmas, olha-se o céu, o infinito ou o abstrato, para suplicar a deuses invisíveis que concedam ao mundo por um qualquer milagre, uma vida paradisíaca, quando de facto, o inferno em que a mesma se transforma, é o resultado do contributo consciente, dos pequenos infernos existentes em cada um de nós. Em suma, há uma culpa evitável e desnecessária, que ninguém gosta de reconhecer como sua e muito menos de carregar em cima dos ombros, a qual no entanto, sendo assumida e corrigida, nos permitiria moldar e aperfeiçoar um substancial e desejável, mundo novo.

Comments