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Por onde andam os livros

  • Foto do escritor: Vitor Araujo
    Vitor Araujo
  • 21 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Os livros regressarão um dia, ao lugar devido nas nossas vidas. Algo parecido com os amigos de sempre que nunca deixam de o ser, mas que por vezes tentamos substituir por outros com perspetivas diferentes do mundo e da vida...e que no final de contas, podem nunca sequer chegar a ser novos amigos ou então, nunca tão amigos como os primeiros. Com os livros é assim. Por isso, um belo dia, sairão lentamente das prateleiras das estantes, (onde permanecem há já demasiado tempo, com uma fina camada de pó a protegê-los e a marcar-lhes os respetivos lugares meramente decorativos) e serão de novo amavelmente folheados por todos os dedos das mãos que, de alguma forma, também os esqueceram e quiseram substituir por outra coisa qualquer. Ocuparão alegremente os seus antigos lugares nas mesinhas de cabeceira, nos braços ou nas costas dos sofás, numa qualquer mesa ou cadeira, disponíveis para ser lidos alguns e relidos uns tantos outros.

Sim, porque o digital, por onde os dedos deslizam e tocam suave e superficialmente, no qual a mente mergulha vezes sem conta, de cabeça baixa, sem sequer vir à tona para "respirar" um pouco da verdade que a rodeia… vai acabar por cansar-nos. Perdermo-nos tantas vezes com ele, por sentidos e lugares indefinidos e desconexos, a consumir cruas realidades, algumas duvidosas e outras que nem sequer o chegam a ser por todo o absurdo de que se revestem, não nos faz bem… mesmo nada bem. O cansaço pode demorar a aparecer e a convencer, pois a novidade tecnológica, qual brinquedo a estrear na mão de uma incauta criança, desperta a curiosidade pela descoberta, tão inerente à condição humana...mas, algo vai alterar-se, disso estou certo.

É urgente voltarmos a utilizar toda a capacidade de sonhar, imaginar, inventar, realizar, que um bom livro nos proporciona, em lugar da formatação limitada, padronizada, controlada, rastreada e sufocante a que somos submetidos, pelo digital.

Se queremos alhear-nos do mundo por alguns momentos...alheemo-nos...mas mergulhando a mente e baixando a cabeça para um livro que nos liberta e nos eleva, não para o digital, que para mim e sem qualquer margem para dúvidas…nos escraviza, nos seduz, mas apenas nos reduz.












 
 
 

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