Outro ensaio sobre a cegueira
- Vitor Araujo
- 10 de fev. de 2021
- 1 min de leitura
Se os teus olhos não se abrem para os meus
e só sentes o toque do coração,
não te queixas das razões dos fados teus
porque és especial, mas eu já não.
Se na estrada onde seguimos lado a lado
me desvio e me chamas à razão,
continuas, mas no meu ombro encostada
porque és especial, mas eu já não.
Qual de nós verá a sorte no futuro,
talvez eu por me julgarem ser normal
talvez tu que derrubaste mais um muro
o que importa é regressar em cada vez,
ao lugar inicial.
Qual de nós terá razões para sorrir,
talvez tu porque o teu choro já secou
talvez eu pelo que ainda há de vir
o que importa é o que a ternura fez,
em iguais nos transformou.

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