O maluco sou eu...

Gosto dos que têm a sorte de possuir uma visão mais simples e prática da vida. Na verdade, acabam por ser mais felizes, realizados e extrovertidos. De alguma forma, ajudam a simplificar a vida daqueles que, como eu, encaram a mesma com uma complexidade exagerada e quase labiríntica. Pura estupidez e desperdício de tempo, esta minha postura quase sofrida, reconheço.

Esta reflexão, traz-me à lembrança conversas várias, acerca daqueles a quem em anos idos apelidávamos simplesmente de "malucos", na falta de melhor e mais evoluído diagnóstico. Falávamos da sua vã loucura, que por vezes parecia trazer-lhes de facto uma "felicidade" quase inexplicável, à mistura com alguns comportamentos bizarros e repetitivos. Geralmente concluíamos ao fim de algum tempo de uma troca de ideias pouco académicas, à mistura com alguma sabedoria intuitiva mas pouco credível aos olhos da ciência, que a responsabilidade por tal aparente "felicidade", seria a vivencia destas gentes, numa pura ausência de consciência critica acerca de todas as coisas do mundo e inserida neste, da misteriosa e complexa condição humana. Sorte a deles.