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Não pode valer tudo

  • Foto do escritor: Vitor Araujo
    Vitor Araujo
  • 10 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Existe o dever de informar. No entanto, informar, implica também formar. Formar opiniões para definir posições, modos de ser e de estar perante a vida e os outros, mas sobretudo perante nós mesmos e a nossa consciência. Assim sendo, a informação tem de ser rigorosa e fidedigna. E por isso digo… não pode valer tudo. Sob o pretexto de um suposto dever de informar, não podem esconder-se motivos menores e mesquinhos, que têm a ver com os famosos “shares”, determinantes para a subsistência de muito canais de informação, pois só assim podem obter lucros imensos, com interrupções constantes e inoportunas para todo o tipo de publicidades e afins. Exemplo disso, as famigeradas chamadas de valor acrescentado, que “roubam” literalmente, os mais frágeis e incautos. O mais grave no entanto, é a total e propositada confusão em que se misturam numa espécie de batedeira infernal, a fama com o direito a difamar e a exposição mediática com uma inerente e consequente perda do direito à privacidade, sem que subsista o mínimo respeito pelos valores mais básicos que deveriam pautar e nortear, a sã e possível convivência humana. Vem-me à ideia no meio deste desabafo vão, a imagem de uma gigantesca rede de pesca industrial que, de uma só vez, consegue tirar do mar uma imensa e indiferenciada quantidade de peixe, imagem essa que se aplica tão bem à forma como as “redes” sociais “pescam” (visando mais uma vez o lucro) a humanidade para um mundo de mentiras, sensacionalismos descabidos e especulações desconexas e recheadas de objetivos dúbios, alheando-a da realidade e do belo e único mundo onde vive, no qual, tantas vezes, já não sabe bem como estar e dele harmoniosamente usufruir. O mais irónico no final de contas, é que está na mente e na mão de cada um de nós, inverter algumas situações, nomeadamente a de decidirmos não contribuir mais para estes “peditórios” instituídos, que nos subtraem o mais importante, o prioritário e o que não deveria nunca, ser adiável e prescindível… o bíblico respeito pelo próximo.




 
 
 

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