Novo norte

Há dias, que parecem tão perdidos

tão cinzentos e sofridos

quase sem volta para dar

e noites, sem vislumbres de ternura,

invadidas de amargura

que teima em não nos largar.

E somos, a soma de tantos medos

tão bem guardados segredos

que não queremos revelar

fechados, atrás de portas sem chave,

dor aguda, choro grave

que teima em não nos deixar.

Pedimos, a um Deus que nunca olhamos

mas sem querer acreditamos

estar numa brisa ao relento

seremos, esse alguém muito mais forte,

descobrindo um novo norte

em passo rápido ou lento.

As sombras que nos envolvem, dominam

em sonhos que não atinam

mas que parecem normais

perturbam, os descansos merecidos,

pelos mil trabalhos tidos

mas que nunca são demais.

Na volta, de volta à realidade

onde a mais nua verdade

traz-nos a cor das manhãs

saímos, para mais um dia louco,

onde o ganho é pouco e pouco

para manter a almas sãs.