top of page

A hora da mentira

  • Foto do escritor: Vitor Araujo
    Vitor Araujo
  • 20 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

Andamos há anos a semear mera estupidez na cabeça e nos corações dos nossos filhos, subtraindo-lhes a importância dos valores sociais e humanos e incentivando-os somente a ser os melhores entre os melhores...sem termos a mínima noção de que com este princípio, estamos a conduzi-los a uma meta perigosa, onde o importante e o válido passa a ser o individualismo, o reconhecimento e o sucesso. Fazemo-los acreditar que a felicidade, a existir, tem sempre um preço e que só com a conquista de riquezas consideráveis ela se alcança...que só no trabalho cego, sem tempo nem horas e na produtividade sem limites, reside o "bem estar"....que o "vencer" na vida, pode e deve passar por uma série de "cunhas" bem esgrimidas, por uma obscena subserviência ao poder, pela obtenção de bens e realizações vulgares e mundanas e por um esvaziar do espírito, da alma e de todo o tipo de sentimentos, nobres e abnegados.

Mentimos-lhes descaradamente.

Está na hora de assumir que o fizemos e de tentar repor em prática algumas verdades simples, mas fundamentais. Avisá-los de que o preço a pagar por tudo o que achámos um dia ter "valor", pode ser demasiado alto. Que pode simplesmente não haver mundo, para usufruir da falsa felicidade que ingenuamente lhes destinamos em pensamento. Que a mesma, pode ser obtida de formas bem mais simples...valorizando a sabedoria o exemplo e os conselhos de quem já calcorreou milhares de quilómetros de estrada da vida, usufruindo do pouco que se possui no presente em lugar de ansiar avidamente pelo muito que se pretende alcançar no futuro, dar sempre um pouco mais do que aquilo que se recebe e, fundamentalmente, respeitar e aprender a viver direcionados para um bem maior e comum...porque caso contrário de facto, a vida é em definitivo uma triste e trágica comédia sem sentido, que conduz naturalmente a todos os exageros ridículos a que assistimos neste presente pandémico no qual estamos mergulhados e de onde teimamos absurda e obstinadamente não querer sair, por mesquinhas razões e questões resultantes da soma de todos os egos, plenos de dúbios e nefastos objetivos, meramente ideológicos e economicistas.


 
 
 

Comments


Post: Blog2 Post
bottom of page